O próprio nome já diz; imunodeficiência primária é uma deficiência do sistema imunológico.
Nosso sistema imunológico é composto por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, e tem a missão de proteger nossos organismos de doenças. Por ser um sistema tão complexo, às vezes ele apresenta falhas. Grande parte dessas falhas não são causadas por doenças, acidentes, ou outros fatores ambientais; são hereditárias e congênitas. Quer dizer, simplesmente nascem com a pessoa. Um erro no código genético causa uma imperfeição em algum dos muitos mecanismos envolvidos no sistema imunológico. E assim ele fica comprometido.
Como vemos, a imunodeficiência primária, a IDP, não é apenas uma coisa específica: e sim o conjunto de todas essas falhas. Por se tratar de um grupo de deficiências possíveis, as IDPs são um problema de saúde importante. Sua frequência é de 1 caso a cada 2000 nascimentos; mais do que, por exemplo, a incidência de fibrose cística!
Como se Faz o Diagnóstico de Imunodeficiência Primária?
Geralmente, o diagnóstico se inicia quando se percebem os primeiros sinais de uma IDP. Podemos ver que o sistema imunológico não está funcionando como deveria quando alguém fica doente com muita frequência. Os sinais de alerta para crianças e adultos são um pouco diferentes, mas todos tem a ver com o histórico de doenças recentes. Casos repetidos de pneumonia, otite, sinusite; e é claro, o histórico familiar. Afinal, IDPs costumam ser genéticas.
Com a suspeita levantada, confirmar o diagnóstico não é difícil. Basta um exame de sangue, que pode ser do mais simples hemograma (contagem de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) até alguns mais complexos, que estudam o DNA.
Qual o Tratamento para Imunodeficiência Primária?
Como já dissemos, IDPs podem ser das mais variadas, e por isso os tratamentos podem ser bem diferentes, dependendo do tipo de IDP.
Mas um dos tratamentos mais comuns é a Imunoglobulina humana. Quer dizer, uma substância que contém os anticorpos que o corpo do paciente não consegue produzir sozinho. É um tratamento muito similar ao da diabete; simplesmente compensamos uma substância que o corpo não tem. Estima-se que até 80% dos casos de IDP é tratado dessa forma!
Agora, como é administrada a Ig humana? Aqui existem algumas opções. Ela não pode ser tomada em pílulas. Em vez disso, pode ser aplicada pela via intramuscular, intravenosa ou subcutânea. Essa primeira não é muito utilizada. A segunda, intravenosa, é complicada, porque o acesso venoso é muito desconfortável para o paciente. Pense na última vez que você passou por um exame de sangue. Não é o medo de todo paciente que a agulha erre a veia?
Por essas e outros, a via subcutânea é a mais indicada de todas. O uso da Ig subcutânea é seguro, estável, e menos doloroso. Mais ainda, o uso do sistema de infusão garante que a aplicação seja o mais eficiente possível. A bomba controla o fluxo da Ig humana, o que resulta tanto num melhor tratamento para o paciente, quanto em menos desperdício do remédio.
E assim é possível ter uma melhor qualidade de vida; e manejar muito melhor a IDP.